De dia para dia e de semana para semana, podemos ter que enfrentar circunstâncias pouco desejáveis na nossa vida. De alguma forma conseguimos arrastar-nos com dificuldade através destas situações, convencidos de que não há muito que se possa fazer para melhorar a nossa sorte. Talvez um projecto no emprego planeado durante meses não termine com o sucesso que se esperava; a produtividade no escritório tem diminuído rapidamente durante o último trimestre; ou a ampliação à nossa casa leva mais tempo do que o inicialmente previsto. Tais situações são ocorrências bastante comuns para muitos de nós.
Mas as coisas não têm necessariamente que permanecer neste estado. As pessoas podem levar uma existência feliz e alcançar os seus objectivos em qualquer área da vida – como indivíduo, com a família, o emprego e por aí fora. Os objectivos de um indivíduo, uma vez visualizados por ele próprio, podem ser alcançados.
Se tais objectivos não estão a ser atingidos ou se a pessoa está numa situação que se tem deteriorado ou tornado pior, existe uma causa válida e localizável para isto. Este é um conceito de que frequentemente as pessoas não se apercebem – as coisas são de facto causadas. Elas não acontecem por acaso. Existem razões por detrás de todas as situações – razões que as próprias pessoas podem controlar.
Sem este conhecimento, o Homem muitas vezes confia na «sorte», superstição, na leitura da sua sina ou em astrologia para determinar o seu destino ou futuro. Muitos simplesmente esperam em vão que não apareça mais nada que corra mal ou então iludem-se na crença de que a vida normalmente é uma labuta.
Por exemplo, um agricultor num ano de colheita muito pobre não tem uma explicação
Numa fábrica com uma baixa produção, a administração poderá transferir o pessoal, contratar novos trabalhadores, etc., numa tentativa de aumentar a produtividade antes que a organização entre em colapso. Mas os executivos poderão não ter a perícia necessária para realmente examinar as operações da própria empresa e encontrar a causa da situação. Ao inspeccionar, poderíamos descobrir que os fornecedores das matérias-primas se recusavam a fazer entregas porque o departamento de contabilidade da empresa não estava a pagar as contas.
Examinar, manejar e melhorar qualquer situação deste tipo em qualquer área da vida, requer perícia em investigação – a capacidade de pensar logicamente e de chegar à raiz das coisas.
A investigação é a descoberta e a classificação cuidadosa de factos. Ao investigar, nós estamos a procurar e a examinar os pormenores de alguma coisa numa tentativa de conhecer os factos, especialmente numa tentativa de encontrar uma causa.
Uma investigação adequada vai ao fundo das circunstâncias actuais com que uma pessoa se depara. Por exemplo, numa organização uma pessoa poderia observar que a sua produção está mais baixa. Isto é uma situação não-óptima que deveria ser investigada e a sua causa localizada. As investigações também podem ser utilizadas na vida pessoal de um indivíduo para melhorar condições.
Ao fazer uma investigação você está a perguntar «O que é que eu não compreendo?» com respeito às condições existentes. Descobrirá que dois factos não se combinam – eles contradizem-se um ao outro e não podem ser compreendidos. Então, você tenta
Qualquer investigação deve ser seguida desta maneira. Algumas vezes muitas questões têm que ser feitas, às vezes basta apenas fazer a pergunta «Que ruído é esse?» para nos levar à fonte de uma dificuldade. Eis um exemplo de uma investigação feita rapidamente, numa base de emergência: Um engenheiro está de serviço na casa das máquinas do navio. Tem percepção normal, mas experiente: Está a observar a sua área. Ouve um som agudo e sibilante que não devia existir – algo contraditório às condições esperadas na casa das máquinas. Examina rapidamente a área mas não vê nada de anormal, salvo uma pequena nuvem branca. Combina a vista e o ouvido. Chega-se mais perto para melhor observar. Vê uma
Em suma, a) descobre-se o funcionamento imperfeito de uma porção da organização ou de qualquer coisa que se está a investigar e em seguida b) descobre-se alguma coisa que não se compreende acerca dele e depois c) interroga-se os indivíduos dessa porção ligada com o funcionamento imperfeito ou inspecciona-se a área para se obter mais dados.
Seguindo esta sequência, isola-se a causa do problema que pode então ser manejado, para que a área opere agora novamente de forma adequada. Numa organização pode simplesmente aplicar-se estes três passos repetidamente, e habitualmente será o suficiente para mantê-la a funcionar bastante suavemente.
As estatísticas tomam parte numa investigação. Uma estatística mostra a produção de uma actividade, área ou organização, comparada com um momento anterior no tempo. Elas reflectem se a área está ou não a alcançar o seu propósito – se as estatísticas estão altas está a alcançar mais de perto o que se pretende para a área. Ao fazer uma investigação uma pessoa procura estatísticas baixas. Estas não se compreendem, é claro, por isso uma pessoa interroga as pessoas relacionadas. Nas suas respostas haverá alguma coisa que não faz sentido em absoluto para a pessoa que está a fazer a investigação – por exemplo: «Não podemos pagar as contas porque a Ana tem estado a fazer um curso». O investigador só está à procura de algo que ele próprio não consiga conciliar. Portanto, interroga a pessoa que deu esta informação e a Ana. Mais tarde ou mais cedo a razão verdadeira surge.
À medida que uma pessoa está a seguir o rasto das coisas que ela não compreende, uma de duas coisas irá acontecer. Ou é um beco sem saída e não vai para além disso, altura em que se volta para a linha de investigação principal, ou produz mais material. E se isso produz mais material, uma pessoa vai encontrar mais coisas que não consegue compreender.
O truque deste procedimento é descobrir um fio cuja ponta sobressai – alguma coisa que uma pessoa não compreende e, ao fazer perguntas, puxa-o. Aparece um gatinho. Puxa-se mais, fazendo mais perguntas. Aparece um gorila bebé. Puxa mais um pouco. Aparece um tigre. Puxa outra vez e fantástico! Ele tem um tanque General Sherman!
Não é razoável as pessoas serem preguiçosas ou estúpidas. No fundo encontrará a causa real da ausência de acção numa porção de uma organização ou de contínuas perturbações.
Quando tiver o seu «tanque de guerra», pode tomar acção.
Existe sempre uma razão por detrás de uma estatística má. Interrogue as pessoas envolvidas até ter a razão verdadeira à vista. Esta nunca será que a «Inês não é muito esperta». É mais provável que seja que a Inês está num posto de dactilógrafa, mas nunca soube dactilografar. Ou que o executivo encarregado da área simplesmente nunca vem trabalhar.
A explicação real de uma estatística baixa é sempre uma coisa muito fácil de compreender. Se fizer perguntas suficientes obterá a explicação real e depois pode agir.
Esta técnica de investigação, embora elementar, é altamente eficaz. Pode ser aplicada quando uma pessoa se depara com situações complexas ou simples para chegar ao fundo delas e, assim, permitir que sejam resolvidas e que se melhorem condições na vida.
A perícia de investigação melhora com a prática. Pode ser aguçada e tornada mais eficaz de modo a que uma pessoa seja capaz de localizar imediatamente algo que não compreenda. Esta capacidade não é inata nas pessoas, mas pode ser facilmente adquirida. Para tornar as investigações ainda mais rápidas e eficientes uma pessoa deveria ser capaz de compreender e aplicar os princípios da Lógica – um assunto que até agora não só foi mal entendido, como também tornado complexo desnecessariamente.
capaz de ser acreditado ou aceitado (como sendo verdadeiro).
interpretar ou explicar de um ponto de vista racional (razoável).
qualquer aparelho num tubo que regula o fluxo de um líquido ou gás, como por exemplo, a válvula que regula o fluxo de vapor numa casa das máquinas. Tal vapor é produzido sob pressões muito elevadas e é muito quente. Se uma válvula se quebra numa tal linha de vapor, a linha deve de ser desligada de imediato para assegurar que o calor, valor de pressão não escapa através da válvula partida, que poderia queimar severamente qualquer pessoa por perto.